Recepção e brilho

Dia 17 – Das boas recepções platinas, segui para Rosário, maior cidade da província de Santa Fé. Um bom trecho com cerca de 400 km – acrescido ao meu regresso às gurias de Ituzaingó, pois havia esquecido meu colchão inflável na garagem da casa. Mais uma vez saí tarde e peguei noite pelo caminho. Umas cabeçadas na trave da desordem. Já estou com o casco molestado de tanta noite mal iluminada pelos pequenos faróis da Mochileira.

Gasolina, laranja e cortejo

Já em solo dos rosarinos Messi, Páez e Che, próximo do hostel, na conveniência do posto de combustível, estava o Pablo, mecânico automotivo, e, nos tempos vagos, jogador de galanteios mulherios, com seu suado suco de laranja em mãos.

Dizem que Rosário é a “capital nacional das mulheres bonitas”. Pelo visto ele é um desses que levam a crença a sério. Motociclista de cidade, o Pablo possui uma Honda mista 250cc. Falou de sua andança em solo brasileiro, aos jogos da Copa de 2014.

De mapa para o centro, estacionei em frente à hospedagem e adentrei suas dependências. E que dependências. A essência do ‘bom, bonito e barato’. Construção do início do século XX, reformada, com adições ao plano original. Arquitetura típica argentina, portas e janelas altas, esbeltas, cheias de vida. O receptor, atencioso e pré-disposto.

De mãos dadas ao Paraná

No quarto para oito pessoas, havia uma, o Flávio, suíço. Analista de marketing em férias, estava circulando a América do Sul, desvendando seus mistérios. Com um espanhol semelhante ao meu, nos demos bem. Falou das belezas do seu país, suas tradições. Estava de caminhos para o Peru na próxima manhã, bem cedo.

Nesta mesma manhã, fiz também minha retirada. Com as boas indicações sobre o que fazer nessa elegante cidade, o Malcon, natural daqui e professor de Direito da Universidade Nacional de Rosário – ótimo motoqueiro minimalista, que conheci por bandas uruguaias -, me listou roteiros.

Primeiro, o monumento nacional a la Bandera, depois, a Costanera, margeando o potente Rio Paraná, e, por último, o belo parque España. Entre trechos, as espantadas impressões das pessoas pela máquina Mochileira ter me levado até estes lados, dos motoqueiros me desejando bons ventos. Que empréstimo de ânimos. Devolvo quando regressar, e com juros em sorrisos.